quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Pilhar ou não pilhar? Eis a questão!

Uma máxima que se ouve frequentemente é que "O RPG é diversão". A frase, de tão correta, passa a ser a base de argumentos contra qualquer tipo de comentário. Contra os defensores do Roleplay, os adeptos da violência desenfreada usam a frase para argumentar que se divertem fazendo cabeças rolarem.


Contra os defensores das regras e da manutenção do cenário original, os adeptos da regra de ouro argumentam que os cenários e sistemas oficiais não são divertidos para eles. Por outro lado, aqueles que gostam de interpretar não acham a menor graça na violência sem propósito, e os tradicionalistas não se divetirão se o sistema e o cenário forem muito modificados. E assim caminhamos eternamente em um impasse, mas a frase permanece firme e forte: "O RPG é diversão".


Entretanto, quase ninguém para pra pensar que o RPG é jogado em grupo, e que a frase deveria ser mudada para "O RPG é diversão para todos". Do mestre ao jogador eventual, do veterano ao novato, todos os participantes de uma sessão devem se divertir.


Isso é difícil de se conseguir quando os objetivos são diferentes. Se os seus jogadores querem matar velhinhas, e você, Mestre, não se diverte com isso, tem de se submeter à vontade deles? A resposta é não. Você tem o direito de se divertir, e se você não se divertir, isso vai ficar patente em sua narração, e você vai acabar minando a diversão dos jogadores. Procure outro grupo, jogadores não faltam.


Se você, jogador, não se interessa no estilo narrativo do seu Mestre, porque acha "lenga-lenga" demais, não fique cobrando ele. Vá atrás dos livros, leia, e vá mestrar para jogadores que compartilham de seus gostos.


Mas será que não existe uma forma de fazer com que todos se divirtam? Uma mesa cheia de batalhas não pode ser interpretativa? Não há espaço para o roleplay quando a violência impera? É claro que tem espaço, e dá pra se divertir muito interpretando personagens violentos. A chave é INTERPRETAR o personagem, da forma como a ficha dele recomenda. Existem maneiras de você manter um meio-termo onde todos se divirtam, mas é necessário diálogo. Conversem entre si quando alguma coisa está incomodando, procurem juntos uma solução. O Mestre que gosta de roleplay provavelmente vai ser incentivado por interpretações heróicas durante batalhas memoráveis, e a qualidade das batalhas vai melhorar, porque ele vai estar incentivado. Assim, todos são beneficiados.


Lembre-se sempre: "O RPG é diversão para todos". Aliado a isso, existe um ditado que diz: "A minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro". Quando jogar, não tente se divertir sozinho atrapalhando o divertimento dos outros. Quando mestrar, não permita que um jogador comprometa a diversão da mesa.


Bom jogo a todos.


 

10 comentários:

  1. hauhau só artigos de primeira linha andam surgindo por aqui.

    Graci, se um dia meus planos pra uma revista on line sairem do mundo das idéias posso usar teus textos nela? XD

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  2. Huahauahuahua... podemos ver XDD
    Eu tô num momento inspirado, vamos ver se isso não passa XD

    (o texto anterior, sobre "mestrar não é ensinar"... eu fiz uma versão maiorzinha para a Távola XD )

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  3. Inspiração é que nem gripe... vai e volta de vez em quando XD

    Fico na torcida pra que não passe tão cedo hauha

    Ó a Tavola me passando a perna ;)

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  4. Eu não vejo nada demais em aceitar críticas dos jogadores. É possível que você como narrador esteja deixando de divertir os outros para seguir o que propôs inicialmente!

    Definir uma hierarquia de objetivos começando do SEGUNDO - por que oprimeiro DEVE ser a diversão mútua - é fundamental para uma boa sessão.

    Modos de chegar lá são os que menos importam.

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  5. Do jeito que esta eu não vou precisar mais comprar nenhuma revista de rpg, logo logo... Muito bom.

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  6. Armageddon, ninguém mandou você não começar a sua revista antes XDD

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  7. uahauha mas nunca é tarde pra começar outra né XD

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  8. Mto bom msm ^_^
    Sempre q mestrei tinha alguem q preferia ver sangue e viceras a interpretar... realmente eh mto chato u_u
    Mas com jogo de cintura dah pra contornar a cituação ^_^
    (sempre existe uma raio mistico pra cair na cabeça desses personagens XD)

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  9. Quais as consequências de ver sangue e visceras? Faça-os interpretar os pensamentos, as sensações, as ideologias de seus personagens "sanguinolentos"... Isso é um bom caminho para fazer interpretação em jogos viscerais e violentos.

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  10. Verdade...
    No meu ponto de vista pode existir uma coexistencia de violencia e interpretação nos jogos... mesmo com jogadores pouco interpretativos. ^_^
    Entendo q mostrar para os jogadores q as açoes de seus personagens podem interferir no andamento do jogo e no futuro dos personagens, como grupo ou individual, trazendo bonus e/ou penalizações nas fichas...
    Cedo ou tarde o jogador aprende a interpretar ^__^

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