domingo, 30 de setembro de 2012

RPG: Aprovado pela NASA

Estava eu vendo arquivos antigos quando esbarrei no scan de uma reportagem da Folha de São Paulo datada de 21/07/1996. A imagem está em qualidade ruim, mas é possível ler perfeitamente:



Na época, se me lembro bem, a NASA estava bastante envolvida com uma possível viagem de longa duração para marte a ser realizada num futuro próximo. Já se passaram mais de 15 anos, o pessoal nascido naquela época já tem idade para jogar RPG, a viagem para marte não vai sair tão cedo, e infelizmente o RPG continua ainda a ser alvo de preconceito de muitas pessoas.
Muita coisa mudou desde aquela época, felizmente. Já vi crimes sendo atribuídos à influência maligna do RPG e posteriormente os julgamentos inocentaram os acusados ou foram desvinculados da tal influência que não existe. Ficou provado que tentar culpar o RPG foi uma manobra dos advogados para alegar insanidade dos acusados.
Já vi pessoas mudando de opinião, vi o jogo sendo permitido em locais que antes era proibido por puro preconceito. Recentemente há vários trabalhos na área de RPG e educação, como os desenvolvidos pela equipe do Roberto Shiniti Fujii na UFPR. A dissertação de mestrado dele, de título “Um estudo sobre a argumentação do RPG nas aulas de Biologia” pode ser baixada no site da UFPR.
Roberto Shiniti é apenas um exemplo entre vários brasileiros que tem estudado os benefícios do RPG. Uma busca no Google Acadêmico usando as palavras “RPG” e “educação” trazia hoje, data em que esse artigo foi revisado, 2090 entradas, a maioria relacionadas a RPGs eletrônicos, mas muitas sobre RPGs “de mesa”. Todos os artigos abertos por mim, independente de serem sobre RPG eletrônico ou de mesa, ressaltam os benefícios desses jogos. Apenas para citar os mais recorrentes temos: uso da criatividade, incentivo à leitura e à escrita, desenvolvimento da expressão verbal, facilitação na organização das ideias e do texto e na atuação dentro de um grupo, desenvolvendo as competências sociais e argumentativas. Recomendo a todos que queiram ter bons argumentos a favor do nosso passatempo, que refaçam a busca e leiam a introdução de alguns artigos ou teses. Material em português não falta, e as instituições as quais esses pesquisadores pertencem são de credibilidade incontestável.
Não hesite. Se alguém falar mal do RPG na sua frente, tenha armas para contra-argumentar!

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