No dia 1 de janeiro, eu
criei uma enquete no grupo de Facebook “RPG em São Paulo”, o
qual administro, perguntando o que os usuários queriam jogar em
2013. É uma enquete aberta, muito longe de estar completa, mas onde
cada usuário poderia incluir os jogos que achavam que estava
faltando. Também é uma enquete onde cada um pode votar em mais de
uma alternativa, e votar de novo quando surgem novas opções, e
mudar de ideia também.
Meu objetivo com essa
enquete é que sirva para os narradores do grupo, tanto auxiliando
eles a verificar se há público-alvo para o que pretendem mestrar,
quanto para que entrem em contato diretamente com as pessoas que
votaram em determinado jogo, para formarem um grupo.
Mas analisando os
resultados até o momento em que eu escrevo essa enquete, eu observei
algumas coisas interessantes. Os dois RPGs que os jogadores
paulistanos do Facebook mais querem jogar são Call of Cthulhu, que
nem existe em Português, e Changeling: Os Perdidos, o mais recente
lançamento da Devir da linha Mundo das Trevas. Ambos, no momento em
que escrevo esse artigo, estão empatados em primeiro lugar.
O que o pessoal de São Paulo quer jogar. |
A maior surpresa veio
com o segundo mais votado até agora: Lobisomem: O Apocalipse. Eu não
esperava que ele tivesse ainda, tantos fãs querendo jogar.
Agora vamos aos jogos
que não foram publicados em português, e aparentemente nem vão ser
tão cedo: Pathfinder está ganhando na enquete de todas as versões
de D&D. Marvel Heroic Roleplaying Game está dando uma lavada em
Mutantes & Malfeitores. Shadowrun e Scion estão muito bem
votados. Legend of Five Rings não fica atrás.
E por final, outra
surpresa foi ver jogos que eu achava que teria mais interessados, com
pouquíssimos votos. O Um Anel, até o momento está com apenas 2
votos. Mutantes & Malfeitores é um baita jogo, e só teve 3.
Muito se fala do Old Dragon, mas aparentemente o pessoal não está
muito interessado em jogar. Será que o Old Dragon não “pegou”
em São Paulo? 3D&T nem aparece na lista, o que significa que
ninguém lembrou dele... Outros RPG nacionais que eu achei que iam
lembrar também não foram citados.
Em termos comerciais,
essa enquete não serve pra nada. Não serve pra definir o que as
editoras devem ou não publicar, é pequena demais e restrita demais.
Mas para a criação de aventuras e campanhas, que é o seu objetivo,
ela é útil.
Muitas vezes o narrador
tem vontade de criar uma aventura e acha que não vai ter jogadores
para isso, ou acha que o seu grupo não vai gostar, e acaba não
criando. Acaba narrando o que é moda, por ter certeza que isso vai
agradá-los. Quantos de vocês já perguntaram para o seu grupo
“Estou com vontade de narrar Múmia, vocês jogariam?”
Hunter: difícil de achar jogador interessado; Wraith: difícil de achar jogador que entre no clima |
Outra atitude ainda
mais corajosa é deixar claro para eles “eu mestro isso, isso e
isso” e perguntar qual eles preferem. É claro que partindo da
premissa que o narrador também deve se divertir, você não vai
incluir nessa lista algo que não esteja a fim de narrar.
Narrar o que os
jogadores querem é uma ótima maneira de prender a atenção e o
interesse deles para o jogo. Grande parte da evasão nos jogos é
decorrência da falta de interesse. É fácil perceber quando um
jogador não está interessado.
Eu mesma, adoro filmes
de zumbi, mas não jogo RPG de zumbi. Eu assistia filmes velhos de
faroeste quando criança, mas não jogo RPG de faroeste. É questão
de gosto, eu deixo claro que não gosto do tema, e não participo.
Simples e sem ressentimentos. Mas e se você tiver jogadores que
acharem que dizer “não gosto” é uma desfeita? Eles vão
participar e vão ficar desestimulados.
Eu acredito que a
conversa franca com os jogadores antes de definir o próximo jogo é
a melhor forma de unir o grupo. E claro, os jogos one-shot são a
melhor forma de verificar se o jogo é ou não o que os jogadores
esperam.
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