domingo, 14 de setembro de 2014

Pecados narrativos: O excesso de controle e “o plot é meu e os incomodados que se mudem”

O narrador cria uma proposta de jogo. Por mais que você o aporrinhe, ele não fala nada sobre o que pretende para o jogo, além da cidade e época em que o plot irá se desenvolver. Meio no escuro, você escreve um prelúdio, faz uma ficha, e tem seu personagem aprovado pelo narrador...


Apenas para, com alguns minutos de jogo, perceber que seu personagem é inviável naquela crônica: ele não aceitaria conviver com os demais personagens, igualmente aprovados pelo narrador. Sua moral não permite que ele faça o que a proposta de jogo demanda. O primeiro contato com os NPCs que deveriam ser os superiores e/ou mentores de seu personagem foi um fracasso completo.

E pior, o narrador te diz: vai ter de se adequar, porque é essa a história que eu vou narrar e é essa a personagem que você vai ter de usar.

Depois de uma tentativa frustrada, você percebe que não dá mesmo. Conversa com o narrador. Ele diz que vai dar um jeito. E em seguida, você percebe que nada mudou, que tudo continua a mesma coisa, e pior, que os NPCs estão cada vez mais hostis com a sua personagem. Que nada que ela tenta dá certo. Que o mundo é seu antagonista. Isso é tudo, menos divertido.

Certos narradores são assim: eles criam a história como quem escreve um livro, sem abertura para as
expectativas e desejos dos jogadores. Sem ter como foco a diversão dos mesmos. Tendo como único objetivo satisfazer seu ego.

O que fazer? Se depois de muita conversa o indivíduo não muda, se ele continua pensando na própria diversão, se ele tá pouco se lixando pros personagens de jogadores, se ele já tem o roteiro com começo, meio e fim e não vai mexer um dedo pelos demais...


Esse é o momento de procurar outro mestre... De repente, esse é o momento em que você deveria começar a mestrar. Isso, é claro, depois de mandar o mestre em questão ir... sei lá, escrever um livro, já que a única coisa que importa pra ele é seu plot magnânimo...

Aos que estão lendo esse desabafo: por favor, não sejam mestres assim...

Um comentário:

  1. Leia a seção do mestre em Dungeon World. Acho que você vai curtir.

    ResponderExcluir